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SUMÁRIO:
Apresentação:
Primeira parte: O Brasil do Século XIX - Escravidão, propriedades e opressão.
1 - Escravidão e propriedade no século XIX - Darlan de Oliveira Reis Junior.
2 - ?Tudo é sacrificado ao livre exercicio da função de reprodução?: uma análise do discurso médico sobre a mulher e o trabalho reprodutivo no Brasil do século XIX - Jade Luiza Andrade Ferraz.
Segunda Parte: O Brasil no século XX: a autocracia militar-empresarial.
1 - 1964: Os cegos enaltecedores ou o revisionismo revisitado - Fábio José
Cavalcanti de Queiroz e Emmanoel Lima Ferreira.
Terceira parte: Educação, Relações de gênero e luta de classes no século XXI.
1 - Luta de classes na educação: a pedagogia histórico-crítica - Frederico Jorge Ferreira Costa e Kátia Regina Rodrigues Lima.
2- Educação e relações de gênero - Karla Raphaella Costa Pereira.
Quarta parte: Luta de classes, educação, e meio-ambiente na contemporaneidade capitalista.
1 - Classes sociais e professores: a educação pela luta de classes e a luta de classes pela educação - José Pereira de Sousa Sobrinho.
2 - Ambiente e sociedade: alternativa a uma crise global - Marcos Vinícius Furtado Gomes.
APRESENTAÇÃO
Os capítulos que compõem este livro, grosso modo, cobrem os temas centrais abordados durante um curso de formação intensivo realizado em 2023 pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juazeiro do Norte. O curso, aliás, resultou de um projeto de extensão aprovado no âmbito da Universidade Regional do Cariri (URCA).
É sem dúvida necessário acrescentar que, no interior do projeto, estava prevista a publicação de um livro que resumisse os temas centrais trabalhados durante as disciplinas da formação; formação que, seja dito de passagem, era voltada prioritariamente aos sindicalizados da entidade organizadora, embora aberta à participação de interessados externos à estrutura sindical. Este livro, portanto, responde a um objetivo previamente traçado pelo projeto que deu origem ao espaço formativo que, objetivamente, juntou universidade e sindicalismo.
Quanto à obra que chega às mãos do leitor, dir-se-ia que nela há continuidades, mas também adaptações, no que se refere às questões centrais trabalhadas ao longo do curso, mas, em última análise, preservou-se o essencial das temáticas e abordagens desenvolvidas por professores e professoras durante quase um ano de atividades político-pedagógicas.
Relendo os textos e comparando-os ao conteúdo das disciplinas ministradas no curso, há de se admitir que as supressões de assuntos tratados na escola formativa do sindicato, de certo modo, foram compensadas pelo acréscimo de outros, como se observa na primeira parte na qual a história do longo século XIX aparece em sua diversidade e complexidade, trazendo a lume estudos que tratam de temas como propriedade e escravidão, conforme se observa no texto de Darlan Reis Junior, e opressão feminina, particularizada na reflexão histórica de Jade Luiza Ferraz.
Paralelamente a esses esforços destinados a recuperar o XIX, vislumbra-se a presença do século XX na segunda parte do livro, em que é recuperada uma das páginas mais dolorosas dessa centúria e que diz respeito aos 60 anos do golpe de Estado no Brasil. Essa erupção política, que redundou na conformação de uma ditadura de conotação militar-burguesa, é aqui analisada por Fábio José de Queiroz e Emmanoel Lima.
A dinâmica histórica das práticas educacionais e os seus nexos com as questões de classe e de gênero marcam a terceira parte desta publicação. Em outras palavras, particularizam-se aspectos temáticos importantes, dentre eles os vínculos entre educação, luta de classes e pedagogia histórico-crítica, tal como nos revela o capítulo escrito por Frederico Costa e Kátia Lima, assim como das relações gênero-processos educativos, questão tratada com esmero por Karla Costa.
Em seu sentido mais amplo, a última parte ocupa-se também da luta de classes e das classes sociais, mas trata sobretudo das suas intersecções com os embates em defesa da educação, tomando a existência dos sindicatos como parte das classes e da luta de classes, segundo singular análise desenvolvida por José Pereira Sobrinho. Sem fugir da questão de classe, à luz do marxismo, o último texto, da pena de Marcos Vinícius Furtado Gomes, se move em torno das contradições que tensionam capitalismo e ambiente na contemporaneidade, trazendo para a pauta da classe trabalhadora o tema do chamado ecossocialismo.
De certo modo, os ensaios aqui reunidos completam o percurso formativo que passou pelas aulas ofertadas ao longo do ano de 2023, contribuindo para consolidar o itinerário de uma formação política que, para ser efetivamente fecunda, exige encadeamento e permanência.
Apesar de tudo, os textos agrupados neste livro ganharam vida própria e podem ser úteis a todo leitor, que, em uma perspectiva de formação de classe, se digne a examiná-los com arte e capricho, uma vez que, em última instância, eles condensam os aspectos fundamentais de uma educação política com o timbre de classe que caracteriza o materialismo moderno.
OS ORGANIZADORES.